Foto: João Caldas – Divulgação

11 e 12/01 – Teatro Colinas: Mel Lisboa revive Helena Blavatsky em solo teatral intrigante

A atriz Mel Lisboa voltou aos palcos com um espetáculo ousado e provocativo. Madame Blavatsky – Amores Ocultos, em cartaz até 12 de janeiro no Teatro Colinas, mergulha no universo místico e polêmico de Helena Petrovna Blavatsky (1831-1891), cofundadora da Sociedade Teosófica e uma das figuras mais controversas do século XIX. A peça, dirigida por Márcio Macena e com texto de Cláudia Barral, combina teatro, história e espiritualidade em uma experiência que desafia as convenções da representação teatral.

O monólogo é conduzido pela ideia de uma incorporação mediúnica: o espírito de Blavatsky “retorna” ao palco, utilizando o corpo de uma atriz, para apresentar sua versão dos fatos e contestar as narrativas que marcaram sua trajetória. Contudo, a dramaturgia vai além do discurso unívoco e explora diferentes perspectivas ao inserir outros “espíritos” na cena, que interrompem e questionam as declarações de Blavatsky, criando um ambiente de tensão e reflexão.

Uma figura multifacetada e controversa

Helena Blavatsky, uma mulher à frente de seu tempo, foi uma escritora, mística e cofundadora da Sociedade Teosófica, movimento que buscava unir ciência, religião e filosofia. Sua figura despertava tanto admiração quanto controvérsia, sendo acusada de fraude e adorada como visionária. O espetáculo, em vez de adotar uma postura definitiva, prefere brincar com os limites entre realidade e ficção, propondo ao público uma reflexão sobre o legado e as polêmicas em torno da escritora.

“Não se trata de um espetáculo biográfico convencional. É uma experimentação teatral que questiona a própria natureza da verdade, da memória e da representação. Blavatsky retorna para se defender, mas outros espíritos trazem novas camadas à narrativa, desconstruindo certezas e envolvendo o público em um diálogo provocador”, explicou Mel Lisboa em entrevista recente.

Estética e performance marcantes

Sob a direção de Márcio Macena, o espetáculo impressiona pela criatividade cênica. O cenário minimalista permite que o público se concentre na presença magnética de Mel Lisboa, enquanto os figurinos assinados por João Pimenta conferem uma elegância mística ao espetáculo. A iluminação de Ligia Chaim e o design de som de Bruno Pinho criam uma atmosfera imersiva, transportando os espectadores para um espaço entre o físico e o espiritual.

Mel Lisboa, conhecida por sua entrega visceral em cena, oferece uma performance que alterna entre momentos de intensidade dramática e sutilezas emocionais. A atriz explora as complexidades de Blavatsky, revelando tanto sua força quanto suas fragilidades, e conduz o público por uma jornada que é, ao mesmo tempo, histórica e íntima.

Datas, ingressos e detalhes

Madame Blavatsky – Amores Ocultos está em cartaz no Teatro Colinas, com sessões neste sábado (11) às 20h e domingo (12) às 19h. Os ingressos variam de R$ 60,00 (meia) a R$ 120,00 (inteira) e podem ser adquiridos na bilheteria do teatro ou em pontos de venda sem taxa de conveniência.

Com duração de 60 minutos, o espetáculo é classificado como drama e recomendado para maiores de 12 anos. A meia-entrada é garantida a estudantes, idosos, doadores de sangue, professores da rede pública e outros públicos elegíveis, mediante apresentação de comprovantes.

A importância de revisitar Blavatsky

O espetáculo não apenas resgata a história de Helena Blavatsky, mas também questiona nossa relação com o passado, a memória e os paradigmas que definem o que é verdadeiro. Em tempos de polarização, onde a dúvida muitas vezes é vista como fraqueza, Madame Blavatsky – Amores Ocultos se apresenta como uma obra corajosa e necessária, desafiando o público a pensar além do óbvio.

Mel Lisboa, mais uma vez, prova por que é uma das atrizes mais versáteis de sua geração. Sua entrega em cena, combinada com a riqueza da dramaturgia, faz deste espetáculo uma experiência imperdível para os amantes de teatro, história e espiritualidade. Se há um espetáculo que provoca e inspira em igual medida, é este. Não perca.

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