O escritor cearense Pedro Jucá, destaque da literatura brasileira contemporânea, compartilhou com o “Le Diplomatique Brasil” detalhes de sua jornada literária e as camadas que compõem seu romance “Amanhã Tardará”, lançado pelo selo Tusquets da Editora Planeta. Durante a conversa, o autor discutiu como o tempo, o trauma e a infância se entrelaçam na narrativa, moldando a história de Marcelo, o protagonista que retorna à sua cidade natal para enfrentar as dores e silêncios de sua família.

Com uma visão reflexiva sobre o ofício de escrever, Jucá ressaltou que suas histórias nascem de inquietações e enigmas que ele mesmo carrega. Para o autor, a literatura não é um espaço de respostas, mas de questionamentos e provocações. “Amanhã Tardará” explora os vínculos familiares, o impacto da infância na construção do desejo e as marcas profundas do inconsciente, temas que se apresentam com delicadeza e profundidade em sua escrita.

Na entrevista, Jucá também comentou sobre o longo processo de criação do romance, que levou quatro anos para ser concluído. Ele compartilhou a disciplina necessária para equilibrar a rotina profissional e a escrita, revisando exaustivamente cada trecho para alcançar uma narrativa que fosse ao mesmo tempo fluida e emocionalmente intensa.

Além de refletir sobre seu método de trabalho, o autor destacou que não busca transmitir mensagens ou lições em suas obras. Para Jucá, a literatura deve ser um espaço de liberdade, desconectado das exigências utilitaristas da sociedade contemporânea. Ele enxerga a escrita como um diálogo constante com o leitor, um convite para explorar o desconhecido dentro de si mesmo.

Com formação em Direito e especialização em Escrita Criativa e Psicanálise, Pedro Jucá utiliza sua bagagem acadêmica e pessoal para enriquecer sua produção literária. “Amanhã Tardará”, que já desperta atenção pelo tratamento sofisticado de temas universais, posiciona o autor como uma das vozes mais promissoras da literatura nacional.