Guilherme Winter, conhecido por interpretar Moisés em “Os Dez Mandamentos”, entrou com um processo contra a Record, alegando falta de pagamento referente às reprises da novela. A ação, que tramita na 50ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), traz à tona documentos que comprovam as exibições frequentes da produção bíblica sem os devidos repasses financeiros ao ator.

De acordo com informações publicadas pela Folha de S. Paulo, Winter afirmou não ter sido remunerado pelas exibições da trama em outras emissoras, como a TV Brasil, e em canais pagos, como o TNT Novelas, que recentemente reexibiu produções do gênero bíblico. O especial “A Bíblia”, uma compilação de diversas novelas religiosas da Record, também foi mencionado como parte das irregularidades, tratando as reprises como material inédito.

Na ação, Winter solicita uma indenização de R$ 50 mil por danos materiais, formalizando o processo através de sua empresa, GW Produções Culturais Ltda.. A Justiça já notificou a Record, que terá 15 dias para apresentar sua defesa. A emissora, no entanto, manteve sua postura de não comentar casos judiciais em andamento.

Guilherme Winter iniciou sua carreira na Record em 2013, destacando-se em produções bíblicas que consolidaram sua popularidade. Em “José do Egito”, interpretou Rubem; em “Milagres de Jesus” (2015), deu vida a Gideon; mas foi em “Os Dez Mandamentos” que alcançou o auge, interpretando Moisés na trama que registrou picos históricos de 32 pontos de audiência em São Paulo, superando a Globo no horário nobre.

A novela foi um fenômeno cultural, com cenas memoráveis, como a abertura do Mar Vermelho, tornando-se um marco na teledramaturgia nacional e uma das maiores produções da emissora até hoje. Winter também participou de “Jesus” (2018), como Judas Iscariotes, e integrou o elenco de “Topíssima” (2019), em seus últimos trabalhos com a Record.

O processo reacende o debate sobre os direitos dos artistas e a remuneração justa por reprises, um tema recorrente no mercado audiovisual. A busca de Winter por justiça, especialmente em uma produção de tamanha relevância, evidencia o impacto da falta de regulamentação mais transparente nas exibições subsequentes.