A atriz e bailarina Ayla Gabriela foi anunciada como protagonista da adaptação cinematográfica “Geni e o Zepelim”, inspirada na icônica canção de Chico Buarque. A produção, que começa a ser filmada em breve na região amazônica, reformulou seu elenco após críticas sobre a escalação original.

Inicialmente, o papel seria interpretado por Thainá Duarte, atriz cisgênero, o que gerou debate entre artistas e ativistas sobre a importância da representatividade de pessoas trans em personagens que remetem diretamente a essa vivência — como é o caso de Geni, travesti marginalizada na peça Ópera do Malandro, de 1978, da qual a música faz parte.

Com a decisão de alterar a escalação, a diretora e roteirista Anna Muylaert celebrou a chegada de Ayla nas redes sociais: “Revelada a nossa Geni. Ayla Gabriela, rainha, talentosíssima.” Essa será a primeira vez que a artista protagoniza um longa-metragem, embora já tenha participado de produções como os curtas Pássaro Memória e Defesa Pura, além de dirigir e atuar em A corpa fala.

No elenco também está confirmado Seu Jorge, no papel do comandante do zepelim, que se encanta por Geni — uma mulher rejeitada pela comunidade e, ao mesmo tempo, essencial para salvá-la.

A mudança de protagonista foi amplamente elogiada por defensores da inclusão e por nomes do meio artístico. O caso gerou discussões importantes sobre o lugar de fala e a urgência de narrativas mais autênticas e coerentes com as vivências retratadas em obras de ficção.