Foto: Paulo Pinto – Agência Brasil

Parada LGBT+ de São Paulo celebra diversidade, visibilidade sênior e cultura pop com multidão na Paulista

A 29ª edição da Parada do Orgulho LGBT+ tomou conta da Avenida Paulista neste domingo (22), reunindo milhares de pessoas em uma celebração marcada por cores, música e uma forte mensagem sobre o direito de envelhecer com dignidade. Com o tema “Envelhecer LGBT+: Memória, Resistência e Futuro”, o evento colocou em pauta os desafios e a importância da longevidade para a população LGBTQIAPN+.

Uma das presenças mais aclamadas foi a do ator Marco Nanini, que compareceu ao evento com a bandeira do arco-íris. Ícone da dramaturgia brasileira, Nanini reforçou com sua presença o simbolismo do tema deste ano — artistas maduros e assumidamente LGBTQIA+ reafirmando sua visibilidade em espaço público.

Entre as atrações musicais, o grande destaque foi Ludmilla, confirmada de última hora para se apresentar no trio da Amstel. A cantora, que é abertamente bissexual, subiu ao carro de som poucos meses após anunciar o nascimento de sua filha com a esposa Brunna Gonçalves, fortalecendo a visibilidade de famílias diversas no cenário artístico nacional. O line-up também contou com Pedro Sampaio, Pepita e Banda Uó, embalando a multidão que dançava sob o sol de inverno.

Neste ano, os tradicionais leques ganharam protagonismo. Incentivados pelos próprios organizadores, eles transformaram a Paulista em um espetáculo visual: coloridos, estampados, ritmados com o som dos trios e convertidos em verdadeiro símbolo performático da resistência LGBTQIA+. A estética dos leques, popularizada em eventos como os shows de Madonna e Beyoncé, se firmou na Parada como marca da autoafirmação.

A programação também incluiu a participação de 17 trios elétricos e a presença de artistas e DJs ligados às principais festas da cena LGBTQIAPN+ paulistana, como V de Viadão, Minhoqueens, Desculpa Qualquer Coisa e Tersapata. A diversidade de estilos e públicos garantiu uma celebração plural e democrática.

Apesar do apoio institucional declarado, o prefeito Ricardo Nunes (MDB), assim como no ano passado, não compareceu. Em viagem oficial à Itália, onde participou de agendas diplomáticas e de um encontro com o papa Leão XIV, o chefe do Executivo municipal foi representado por secretários da administração.

A ausência não impediu que a Parada reafirmasse sua força: segundo a Associação Comercial de São Paulo, a movimentação turística relacionada ao evento deve injetar R$ 548,5 milhões na economia local, um aumento de 16% em relação ao ano anterior.

Ao encerrar o evento, os organizadores reforçaram o chamado por políticas públicas que contemplem a população LGBTQIA+ idosa, com atenção especial a saúde, moradia e convivência — ampliando o entendimento de que orgulho também é lutar por um futuro em que todos possam envelhecer com respeito e liberdade.

 

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