Foto: Reprodução

Estreia : “Wicked: For Good”, de John M. Chu

“Wicked: For Good” chega aos cinemas cercado de expectativa e cumpre o que promete. Jon M. Chu encerra sua adaptação com elegância, unindo espetáculo e emoção na medida. A narrativa retoma o ponto em que Glinda (Ariana Grande) e Elphaba (Cynthia Erivo) se separam e transforma esse rompimento em um reencontro comovente. O resultado é um musical grandioso que nunca perde o coração da história: a amizade entre duas mulheres que descobrem que o amor também é resistência.

Cynthia Erivo confirma o que já se intuía: sua Elphaba é uma das grandes performances do gênero, feita de fúria e dignidade. Sua voz tem o alcance de uma tempestade, e sua presença transforma o arquétipo da Bruxa Má em humanidade. Ariana Grande, liberta da aura pop, encontra em Glinda um papel de maturidade: frívola no início, vulnerável no fim, consciente de sua solidão. A química entre ambas sustenta o filme, e o dueto “For Good” é pura emoção.

Visualmente deslumbrante, o novo capítulo é mais maduro e introspectivo. A fotografia de Alice Brooks e o design de produção constroem um Oz luminoso e sombrio. Jon M. Chu filma com ritmo de maestro, alternando grandiloquência e delicadeza até um desfecho que é menos final e mais despedida.

Fiel ao espírito do romance, o enredo mostra Elphaba exilada e Glinda coroada entre o glamour e a culpa. Uma nova crise as obriga a se reencontrar e enfrentar o destino comum que as une.

“Wicked: For Good” não revoluciona o gênero, mas o honra. É um filme sobre poder e perdão, sobre amizade como refúgio e o direito de ser diferente. Quando as luzes se apagam, o cinema volta, por instantes, a acreditar na magia.

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