Foto: Instagram

David Lynch, diretor indicado ao Oscar e criador de ‘Twin Peaks’, morre aos 78 anos

David Lynch, cineasta americano conhecido por sua abordagem surrealista e inovadora no cinema e na televisão, faleceu aos 78 anos em 16 de janeiro de 2025. A família divulgou a notícia em um comunicado, mas a causa da morte não foi especificada. Em 2024, Lynch revelou que havia sido diagnosticado com enfisema pulmonar, condição que limitou sua capacidade de trabalhar presencialmente em produções.

Ao longo de uma carreira que se estendeu por mais de cinco décadas, Lynch dirigiu obras icônicas que desafiaram convenções narrativas e estéticas. Ele foi indicado ao Oscar quatro vezes, incluindo por “O Homem Elefante” (1980), um drama tocante sobre a vida de um homem desfigurado, e “Veludo Azul” (1986), um thriller noir aclamado por sua ousadia e profundidade psicológica.

Seu talento foi além do cinema com a criação de “Twin Peaks”, série que revolucionou a televisão na década de 1990. A investigação surreal da morte de Laura Palmer tornou-se um fenômeno cultural, levando a uma adaptação cinematográfica, “Twin Peaks: Os Últimos Dias de Laura Palmer” (1992), e uma nova temporada em 2017.

Lynch também foi celebrado por “Cidade dos Sonhos” (2001), suspense onírico que recebeu o prêmio de melhor diretor no Festival de Cannes e uma indicação ao Oscar. Outros marcos de sua carreira incluem “Coração Selvagem” (1990), vencedor da Palma de Ouro, e o cultuado “Eraserhead” (1977), que marcou sua estreia no cinema e rapidamente se tornou um clássico underground.

Além de diretor, Lynch também atuou em filmes, sendo sua performance mais recente em “Os Fabelmans” (2022), de Steven Spielberg, no papel do lendário cineasta John Ford. Ele também era reconhecido como pintor, escritor e defensor da meditação transcendental, prática que dizia ser essencial para sua criatividade. Em 2008, Lynch visitou o Brasil para promover seu livro “Em Águas Profundas – Criatividade e Meditação”, destacando o papel da meditação em sua arte e em sua vida pessoal.

O cineasta deixa um legado único, marcado por sua capacidade de explorar os mistérios da mente humana e do mundo ao nosso redor com profundidade, estranheza e beleza. Lynch será lembrado como um dos diretores mais influentes da história do cinema, um verdadeiro mestre do surrealismo e da narrativa visual.

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