Edgard Telles Ribeiro, romancista premiado e ex-embaixador, desponta como o favorito para ocupar a cadeira 27 da Academia Brasileira de Letras (ABL), deixada vaga após o falecimento de Antonio Cicero no último dia 23 de outubro. Com uma trajetória literária sólida, Telles Ribeiro é autor de mais de 15 obras, incluindo o premiado romance “Olho do Rei” e o volume de contos “Histórias Mirabolantes de Amores Clandestinos”, finalista do Jabuti. Seu mais recente trabalho, “Jogo de Armar”, também está entre os finalistas do Jabuti 2024, reafirmando sua relevância no cenário literário brasileiro.
A eleição para a cadeira 27 está marcada para 11 de dezembro e conta com um número expressivo de 15 candidatos, o maior desde 2013. Entre os postulantes, além de Telles Ribeiro, destacam-se o jornalista e escritor Tom Farias, autor de biografias como a de Carolina Maria de Jesus, e a professora Sonia Netto Salomão, da Universidade Sapienza, em Roma. Apesar da concorrência, Telles Ribeiro é amplamente apontado como o mais cotado, tanto pela consistência de sua obra quanto pela forte presença nos eventos da Academia.
Esta não é a primeira vez que o escritor disputa uma vaga na ABL. Em março, Telles Ribeiro concorreu na eleição que elegeu Lilia Schwarcz e obteve 12 votos, um número significativo que evidenciou seu prestígio entre os acadêmicos. Sua assídua participação em conferências e debates na instituição, como a recente palestra sobre literatura e cinema, reforça sua posição, aliada à sua experiência diplomática, que o torna uma figura bem relacionada no círculo dos imortais.
Outro fator que joga a seu favor é sua residência no Rio de Janeiro, permitindo maior disponibilidade para assumir as funções administrativas da ABL, algo considerado essencial pelos atuais membros. A escolha de um acadêmico local seria estratégica, considerando que os últimos eleitos residem fora da cidade, como Schwarcz, em São Paulo, e Ailton Krenak, em Minas Gerais.
Embora outros candidatos como Tom Farias apresentem trajetórias de destaque, é a experiência, o prestígio literário e a convivência próxima com a ABL que colocam Telles Ribeiro como o grande favorito. Sua possível eleição não apenas reforçaria a tradição de excelência da instituição, mas também reafirmaria o papel da Academia como guardiã da literatura brasileira.