Foto: Instagram – Elayne Baeta

Elayne Baeta: A autora que está transformando a literatura jovem brasileira

Elayne Baeta, escritora baiana de Salvador, é um dos grandes fenômenos da literatura jovem no Brasil. Com o lançamento de seu novo livro “Coisas Óbvias Sobre o Amor”, a continuação da duologia iniciada em 2019 com “O Amor Não é Óbvio”, ela alcançou uma marca histórica: a maior pré-venda de um autor brasileiro, com 16 mil exemplares vendidos em apenas 48 horas. Esse recorde coloca Elayne como um nome de destaque na literatura jovem nacional e LGBTQIA+, atraindo leitores que buscam narrativas representativas e emocionantes.

As personagens Íris e Édra, protagonistas de seus romances, conquistaram os corações de milhares de leitores desde a primeira publicação. A história, que retrata a vida de duas meninas que se apaixonam na adolescência e enfrentam os desafios de crescer e se redescobrir, ressoa profundamente com quem busca histórias autênticas e emocionantes sobre amor e autoconhecimento. “Números são pessoas. Dá para encher um estádio nessa brincadeira”, brinca Elayne, com sua habitual leveza.

O sucesso de Elayne é reflexo de uma trajetória marcada pela paixão pela escrita e pela superação. Antes de ser reconhecida, ela começou publicando suas histórias no Wattpad e até mesmo no Orkut. Com recursos limitados, escreveu o primeiro livro da duologia em um celular com a tela rachada e um netbook com teclas defeituosas. Mas sua dedicação foi recompensada, e hoje ela celebra o sucesso com orgulho. “Eu não tinha muita esperança de que daria certo, mas o jeito como minha vida virou me faz ser muito grata. Agora posso ajudar minha família”, conta.

Elayne é uma autora que valoriza suas origens. Salvador, sua cidade natal, não é apenas um cenário, mas uma parte essencial de sua identidade. Para ela, iniciar a turnê de lançamento de “Coisas Óbvias Sobre o Amor” na capital baiana, com uma sessão de autógrafos no Shopping Vitória Boulevard, é mais do que simbólico, é inegociável. “Salvador me pariu como pessoa. O Sudeste pode ter as oportunidades que for, mas nunca vai me fazer perder meu sotaque ou minhas raízes”, afirma com convicção.

Além de sua habilidade como contadora de histórias, Elayne também é uma defensora da representatividade na literatura. Em “Coisas Óbvias Sobre o Amor”, a narrativa é conduzida pela perspectiva de Édra, uma mulher lésbica desfeminilizada, trazendo uma camada nova e muitas vezes invisibilizada. “Recebo mensagens de mulheres femininas que não sabiam como era ser uma mulher lésbica desfeminilizada. Isso tem sido muito emotivo para mim”, compartilha a autora.

Elayne acredita que suas obras vão além da literatura LGBTQIA+, pois, acima de tudo, são histórias de amor. “Passei a vida inteira lendo romances héteros e nem por isso me tornei hétero. Meu trabalho é um romance lésbico, mas é, sobretudo, um romance”, reflete. Essa visão ampla sobre suas obras tem permitido que seus livros cheguem a leitores diversos, rompendo barreiras e preconceitos.

Com referências que vão de Maya Angelou a Virginia Woolf, e de Carla Madeira a Adélia Prado, Elayne valoriza a força da literatura feminina. Para ela, a escrita de mulheres é visceral e poderosa, ocupando um espaço cada vez mais relevante em um mundo historicamente dominado por homens. “Por muito tempo, a literatura foi uma cadeira que só homens podiam sentar. Quem só lê literatura escrita por homens está perdendo muito”, pontua com sabedoria.

Elayne Baeta é uma força que transforma vidas por meio de suas histórias. Suas obras são um convite para refletir, amar e, sobretudo, enxergar o mundo sob diferentes perspectivas. Uma autora que, com certeza, continuará marcando gerações com sua escrita apaixonante e genuína.

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