Em visita ao Brasil para lançar seu aguardado filme Megalópolis, o renomado cineasta Francis Ford Coppola compartilhou lembranças de sua amizade com Glauber Rocha, importante diretor brasileiro do Cinema Novo. Durante um evento realizado no Teatro B32, em São Paulo, na última segunda-feira (28), Coppola relembrou o exílio de Rocha nos Estados Unidos durante o período de repressão militar no Brasil. Segundo Coppola, Rocha se refugiou em sua casa, em São Francisco, onde desabafou sobre sua angústia de não saber se poderia retornar ao Brasil: “Glauber chorou nos meus braços, angustiado por não saber se um dia poderia retornar ao seu país. Ele voltou e morreu aqui. Como um diretor que amava tanto seu país poderia correr esse risco?”, disse Coppola, segundo o portal Aventuras na História .
Coppola também participará da cerimônia de encerramento da 48ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo nesta quarta-feira (30), onde será homenageado com o Prêmio Leon Cakoff. Durante o evento, ele apresentará uma sessão especial de Megalópolis, obra que levou quatro décadas para ser finalizada. O roteiro e direção são assinados por Coppola, que idealizou o projeto nos anos 1980. Enfrentando dificuldades financeiras para realizar o filme, o diretor chegou a vender parte de suas propriedades para financiar o projeto, demonstrando sua paixão por essa visão cinematográfica de longa data.
A trama de Megalópolis acontece em Nova Roma, uma cidade fictícia onde ocorre uma disputa entre César Catilina, um idealista interpretado por Adam Driver, e o prefeito Franklyn Cicero, papel de Giancarlo Esposito. Em meio a esse conflito, Julia Cicero, vivida por Nathalie Emmanuel, se vê dividida entre seu pai, Franklyn, e o amante, César, enquanto busca decidir o melhor futuro para a cidade. O elenco conta ainda com Aubrey Plaza, Dustin Hoffman, Shia LaBeouf, Jason Schwartzman, Laurence Fishburne e Jon Voight. A estreia está marcada para 31 de outubro nos cinemas brasileiros .