Judô brasileiro em luto: morre Luiz Onmura, primeiro medalhista olímpico de bronze do país

O judô brasileiro perdeu um de seus grandes ícones. Luiz Yoshio Onmura, medalhista de bronze nas Olimpíadas de Los Angeles em 1984, faleceu aos 64 anos em Santos, após uma batalha corajosa contra o câncer espinocelular na língua, diagnosticado em 2022. Sua partida deixa uma marca profunda no esporte e uma trajetória de conquistas que inspiraram gerações de judocas e amantes do esporte no Brasil.

Onmura fez história ao conquistar a primeira medalha olímpica de bronze para o Brasil no judô na categoria até 71 quilos, em uma época em que o esporte ainda lutava por reconhecimento e apoio no país. Sua vitória em 1984 interrompeu um longo jejum de medalhas olímpicas para o Brasil e deu início a uma série de pódios para o judô brasileiro, que, desde então, nunca mais ficou de fora das conquistas olímpicas.

A notícia de sua morte comoveu a comunidade esportiva. O presidente do Comitê Olímpico do Brasil, Paulo Wanderley, destacou a humildade e determinação de Onmura, ressaltando seu papel como um verdadeiro representante dos valores do judô. Silvio Acácio Borges, presidente da Confederação Brasileira de Judô, também prestou sua homenagem, lembrando o atleta como um “guerreiro em seu último combate” e reforçando a importância de suas conquistas para a família do judô brasileiro.

Rogério Sampaio, diretor-geral do Time Brasil e campeão olímpico de judô, lembrou que Onmura abriu portas para outros atletas brasileiros no cenário olímpico e consolidou o judô do Brasil como uma potência mundial. “Onmura inaugurou uma série de pódios olímpicos que seguem até hoje, inspirando jovens judocas a perseguirem seus sonhos”, disse Sampaio, que destacou o legado duradouro deixado pelo atleta.

Nascido em São Paulo, em 1960, Luiz Onmura começou no judô sob a orientação do sensei Massao Shinohara, no dojô da Vila Sônia. Com uma carreira que incluiu participações nas Olimpíadas de Moscou em 1980, Los Angeles em 1984 e Seul em 1988, além de medalhas em competições pan-americanas e sul-americanas, ele construiu uma trajetória de sucesso que vai além das medalhas, inspirando respeito e admiração.

Onmura será lembrado não apenas por suas conquistas no tatame, mas também pela força e dedicação ao esporte, que o transformaram em um símbolo de perseverança. Seu nome ficará para sempre gravado na história do judô e do esporte brasileiro.

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