Lucélia Santos, um dos maiores ícones da teledramaturgia brasileira, concedeu entrevista à “Contigo!” enquanto está em cartaz com a peça “Vestido de Noiva”, no Teatro Anchieta, em São Paulo. Conhecida por papéis inesquecíveis, a atriz falou sobre sua trajetória, o impacto de suas personagens e o estado atual da televisão brasileira.
Protagonista de “Escrava Isaura” (1976), uma novela histórica exibida em mais de 80 países, Lucélia destacou a força duradoura de seu trabalho: “Isaura é uma lenda. É incrível como, mesmo após décadas, essa história continua viva e relevante.”
Mesmo afastada das novelas brasileiras desde “Cidadão Brasileiro” (2006), Lucélia segue como referência para o público. “Eu sou parâmetro, não tem jeito. Mas isso é porque as personagens sobrevivem. Escrava Isaura, com mais de 40 anos, ainda se destaca pela qualidade”, afirmou.
Sobre o cenário atual, a atriz revelou que não acompanha frequentemente as produções: “Eu não tenho televisão. Vejo algumas cenas esporadicamente, mas percebo que a linguagem se desgastou. Para voltar a atuar nesse formato, precisaria de um personagem bem estruturado. A dramaturgia precisa de mais cuidado.”
Além de “Escrava Isaura”, Lucélia Santos brilhou em outras produções marcantes, como “Locomotivas” (1977), “Água Viva” (1980), “Guerra dos Sexos” (1982) e “Sinhá Moça” (1986). Agora, no teatro, reafirma sua versatilidade e a relevância de sua carreira no imaginário cultural brasileiro. “O talento somado à qualidade do texto é o que realmente permanece. É isso que deixa uma marca”, concluiu.