O apóstolo Rina, fundador e líder da igreja Bola de Neve, morreu na noite deste domingo (17) em um grave acidente de motocicleta na Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo. A notícia foi confirmada por membros da igreja nas redes sociais, que lamentaram a perda de uma das figuras mais influentes do segmento evangélico no Brasil. O caso ainda está sob investigação pelas autoridades, e detalhes do acidente não foram divulgados.

Nascido Reinaldo Luiz de Seixas Pereira, Rina tinha 52 anos e era amplamente reconhecido por sua liderança espiritual inovadora. Ele fundou a igreja Bola de Neve em 1999, na capital paulista, com uma proposta que rompia com os padrões tradicionais. O conceito era simples, mas revolucionário: realizar cultos em um ambiente descontraído, utilizando cadeiras de praia e pranchas de surfe para atrair principalmente o público jovem.

Esse estilo inusitado conquistou milhares de seguidores, e a igreja cresceu exponencialmente, alcançando 560 templos em 34 países. Além de sua abordagem criativa, Rina liderou iniciativas sociais voltadas para a recuperação de dependentes químicos e o apoio a comunidades vulneráveis, consolidando seu impacto além do campo religioso.

No entanto, os últimos anos de sua trajetória foram marcados por controvérsias. Em junho de 2024, Rina foi afastado de suas funções na igreja após denúncias de violência doméstica apresentadas por sua ex-esposa, a pastora Denise Seixas. Denise relatou à polícia episódios de agressões físicas e psicológicas durante o casamento, incluindo ameaças e controle financeiro. O caso gerou ampla repercussão, levando a igreja a implementar medidas como a criação de um Conselho de Ética e uma ouvidoria para investigar possíveis irregularidades.

Além disso, o líder também enfrentava uma acusação de importunação sexual feita por uma ex-funcionária, que relatou um incidente ocorrido em 2017. Apesar das graves denúncias, Rina sempre negou as acusações e declarou confiar na apuração da Justiça.

Sua morte, em meio a esses escândalos, gera reflexões sobre seu legado. Para muitos, Rina foi um visionário que redefiniu a maneira de evangelizar, aproximando jovens da religião em contextos onde o evangelho encontrava resistência. Para outros, as acusações dos últimos anos colocam em questão a integridade de sua liderança.

A igreja Bola de Neve, que continua sob a administração de seu Conselho Deliberativo, enfrenta o desafio de equilibrar o impacto positivo de seu fundador com os danos causados pelas controvérsias. Seus seguidores, por sua vez, lamentam profundamente a perda de um líder que marcou suas vidas, com manifestações de pesar e homenagens nas redes sociais.

O caso segue em investigação pelas autoridades, que deverão esclarecer as circunstâncias do acidente nos próximos dias. Enquanto isso, a comunidade evangélica e admiradores de sua obra lidam com o luto e refletem sobre o futuro da igreja que ele criou com tanta paixão e ousadia.