A escritora, poetisa, jornalista e ativista portuguesa Maria Teresa Horta faleceu nesta terça-feira, 4 de fevereiro de 2025, aos 87 anos, em Lisboa. A informação foi confirmada pela editora Dom Quixote, a pedido da família. A causa da morte não foi divulgada.
Nascida em 20 de maio de 1937, Maria Teresa Horta foi uma das figuras mais marcantes do feminismo português. Ganhou notoriedade internacional com a publicação de “Novas Cartas Portuguesas” (1972), escrito em parceria com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, formando o grupo conhecido como as “Três Marias”. A obra, que denunciava a opressão das mulheres e o autoritarismo do Estado Novo, foi censurada pelo regime ditatorial e levou as autoras a julgamento. O caso gerou grande repercussão, recebendo apoio de intelectuais como Simone de Beauvoir e Marguerite Duras.
Ao longo de sua carreira, Maria Teresa Horta publicou diversas obras que marcaram a literatura portuguesa. Entre seus livros mais conhecidos estão “Minha Senhora de Mim” (1971), um marco da poesia feminista que abordava o desejo e a emancipação da mulher, “Antologia Pessoal – 100 Poemas” (1999), reunindo algumas de suas melhores composições, e “As Luzes de Leonor” (2011), inspirado na vida de Leonor de Almeida Portugal, que lhe rendeu o Prêmio D. Dinis. Em 2021, foi laureada com o Prêmio Literário Casino da Póvoa por “Estranhezas”.
Sua trajetória de luta pelos direitos das mulheres e pela liberdade de expressão fez com que, em dezembro de 2024, fosse incluída na lista das 100 mulheres mais influentes e inspiradoras do mundo pela BBC. Sua obra e seu ativismo permanecerão vivos como referência na literatura e na resistência feminina.