O ator Richard Chamberlain, ícone da televisão americana e protagonista da inesquecível minissérie “Pássaros Feridos”, morreu neste domingo, aos 90 anos, no Havaí, onde vivia há décadas. A causa da morte foi um derrame, segundo fontes próximas à família.
Chamberlain foi um dos rostos mais populares da TV nos anos 1960, 70 e 80. Seu talento, somado ao carisma e à elegância, fez dele um dos maiores galãs de sua geração. Embora tenha atuado em diversas produções para cinema e teatro, foi na televisão que construiu seu legado mais duradouro.
Sua carreira deslanchou com a série “Dr. Kildare”, onde viveu um jovem médico e conquistou o público com seu estilo contido e olhar sensível. A série o transformou em ídolo nacional nos Estados Unidos e abriu portas para uma carreira recheada de personagens marcantes.
Mas foi em “Pássaros Feridos”, adaptação do romance de Colleen McCullough, que Richard Chamberlain alcançou um novo patamar de fama global. No papel do padre Ralph de Bricassart, dividindo a cena com Rachel Ward, ele emocionou milhões de espectadores ao interpretar o drama de um sacerdote dividido entre o amor terreno e os votos religiosos. A produção, exibida em dezenas de países, se tornou um clássico da teledramaturgia.
Outros trabalhos de destaque incluem a minissérie “Shogun”, onde interpretou um navegador inglês que mergulha na cultura japonesa do século XVII, e adaptações como “O Conde de Monte Cristo” e “Os Três Mosqueteiros”, sempre com sua marca registrada de intensidade dramática e sofisticação.
Além da atuação, Chamberlain também se destacou por sua trajetória pessoal. Por muitos anos, manteve sua homossexualidade em sigilo, em uma época em que Hollywood impunha barreiras rígidas à liberdade de identidade. Já mais velho, falou abertamente sobre sua vida e tornou-se símbolo de coragem para muitos artistas.
Mesmo longe dos holofotes nos últimos anos, Chamberlain seguiu respeitado no meio artístico. Sua partida representa não apenas a despedida de um ator talentoso, mas o fim de uma era em que as minisséries dominavam a televisão e criavam laços afetivos profundos com o público.