Suzane von Richthofen, de 41 anos, conhecida por sua condenação pelo assassinato dos pais em 2002, foi desclassificada do concurso público do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). A prova objetiva, realizada em setembro, oferecia vagas para o cargo de escrevente técnico judiciário na região de Bragança Paulista, onde Suzane reside. O resultado, divulgado na última semana, mostrou que ela não alcançou a nota de corte para avançar à etapa prática.
O concurso atraiu 1.335 inscritos, mas apenas 44 candidatos foram classificados para a próxima etapa. A nota mínima exigida na ampla concorrência foi 7,6, enquanto para candidatos negros foi 5,6. Como o desempenho individual dos participantes é restrito, a pontuação obtida por Suzane não foi divulgada.
O cargo de escrevente técnico judiciário oferece salário inicial de R$ 6.043, além de benefícios e adicionais para quem possui qualificação acadêmica. Apesar de pessoas com antecedentes criminais poderem participar do processo seletivo, condenações podem ser um empecilho para a posse. Ainda assim, os candidatos nessa situação têm o direito de recorrer judicialmente.
Essa não é a primeira tentativa de Suzane em concursos públicos. Em 2023, pouco após progredir ao regime aberto, ela participou de uma seleção para telefonista na Câmara Municipal de Avaré (SP), com remuneração de R$ 5.626,33, mas também não teve sucesso. Atualmente, Suzane cursa direito na Universidade São Francisco, em Bragança Paulista, enquanto tenta reconstruir sua vida acadêmica e profissional.
Suzane ganhou notoriedade nacional em 2002 ao planejar e executar o assassinato dos próprios pais, Manfred e Marísia von Richthofen, em um caso que chocou o país. O crime, cometido com o auxílio de seu então namorado e do cunhado, tinha como motivação herdar a fortuna da família. Condenada a 39 anos de prisão, ela passou quase duas décadas em regime fechado antes de avançar ao regime aberto, em 2023. Desde então, tenta retomar sua trajetória pessoal e profissional, mas segue enfrentando desafios em sua reintegração à sociedade.